Navio oceanográfico Professor Besnard deve virar museu itinerante

Postado em: 5 de abril de 2019 | Destaques

O navio oceanográfico “Professor Wladimir Besnard”, que está atracado no Porto de Santos desde 2008, em situação de abandono e deteriorização, deverá ser revitalizado e transformado em museu.

Levado à região da Baixada Santista após pegar fogo durante uma viagem pela Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, o navio está sob responsabilidade da Prefeitura de Ilhabela desde 2016, após ser doado pela Universidade de São Paulo (USP).

Um entendimento sobre o futuro do navio foi encaminhado em reunião na sede do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat) entre a ONG Instituto do Mar (Imar) e a Prefeitura de Ilhabela.

A ideia era afundar a embarcação e torná-la atração para mergulhadores, mas o projeto não avançou e, diante de um pedido de tombamento feito pelo Imar ao Condephaat, qualquer alternativa que pudesse ser aplicada acabou sendo freada.

“Pela conversa que tivemos no Condephaat, é muito provável que a embarcação seja tombada. Por isso, perde-se o propósito da Prefeitura de Ilhabela, que pretendia fazer um naufrágio controlado. Agora estamos encaminhando a papelada para a doação ao Imar. Os termos ainda estão sendo discutidos”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento e Turismo, Ricardo Fazzini.

Segundo ele, a administração municipal entende a importância do navio para a história da navegação e pesquisa marinha, mas ressalta que a cidade teve um prejuízo grande com essa herança do governo anterior. Fazzini informou que um novo encontro com a ONG deve ser marcado para formalizar o acordo.

Museu itinerante

O Imar sempre teve o interesse de impedir que o navio, adquirido pelo Estado de São Paulo em 1962 para realizar pesquisas marinhas, fosse afundado. A intenção do instituto é permitir que todos possam conhecer a embarcação e não somente os que realizam mergulho.

Fernando Liberalli Simoni, presidente do Imar, disse que tem patrocinadores e estaleiros de graça, e que quer restaurar a embarcação. Sua intenção é que ela seja um museu itinerante pelas cidades do litoral paulista. “O projeto é bastante interessante. As viagens do navio e suas histórias são muito ricas. Pretendemos abrir visitação às escolas, às crianças para fomentar a mentalidade náutica”.

De acordo com ele, a curadoria do museu e a monitoria ficariam a cargo de um profissional da USP. Atualmente, a universidade conta com grande parte dos equipamentos retirados do navio quando foram encerradas suas atividades. Parte dessas memórias deverá voltar para o navio.

História

A primeira viagem do navio foi realizada em 1967, quando saiu da Noruega, seu país de origem. Passou por uma missão pela costa da Noruega, onde coletou amostras de água e de plâncton, entre outras ações e chegou a Santos.

Foram 41 anos de atividades, mais de 50 mil amostras coletadas e 150 viagens. Suas histórias estão relatadas em 68 diários de bordo.

Toda atividade realizada pelo navio tem grande contribuição científica e cultural, o que tem sido estudado pelo Condephaat, que sustenta a importância dos feitos e o equipamento como um patrimônio a ser tombado.

Fonte: Tribuna de Santos

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